Quando o nosso Senhor encarnou, é fato que Ele não precisava fazer nada do que fez e muito menos Se tornar um como nós, todavia, por amor, Se revestiu de humildade e desceu aos abismos da miséria humana (Ef 2.5) e, não apenas isso, mas o fez como um de nós (Jo 1.14).
Deus sempre agiu em favor do homem – como vemos em todo o Antigo Testamento -, porém o clímax da Sua ação é quando Ele não manda apenas anjos, bênçãos, milagres ou coisas semelhantes, mas sim quando Ele mesmo vem em Cristo (Hb 1.1-3), não apenas estando conosco, mas sendo um de nós.
Deus nos ensina pela encarnação do Filho que o nosso ser, só pode ser, quando somos para o outro! Jesus não assumiu a natureza humana porque achava legal ou interessante, Ele o fez porque esse era o único meio para nos servir (Mt 20.28). A encarnação de Cristo é um grito para a nossa encarnação! O nosso ser é para o próximo, por isso Jesus ensina a “ser próximo” (Lc 10.37).
O Verbo encarnado falou a nossa língua, viveu em nossa casa, pisou o nosso chão, respirou o nosso ar e comeu a nossa comida. Ele chorou as nossas lágrimas, sentiu o nosso “nó na garganta” e sofreu a nossa morte. Tudo o que Ele fez em nosso lugar só foi possível porque Ele foi em nosso lugar!
O mundo precisa mais de pessoas que sejam do que de pessoas que façam! Há inúmeras ONGs e religiões que fazem muito pelas pessoas, mas somente um cristão, que reconhece a encarnação do seu Senhor, pode ser alguém para os que necessitam.
Está na hora de descermos das nossas regiões celestiais e irmos aos labirintos entenebrecidos do nosso próximo, abrindo mão dos títulos e bens que possuímos para chegar até o outro como um dele, sem as pretensões de ser servido, mas disposto a servir com a própria vida! Gente encarnada é o que este mundo perdido precisa, porque gente que encarna no próximo é gente que está sob a encarnação do Messias.
Thiago Urbano